segunda-feira, 1 de junho de 2015

To Be Continued... Quarta Geração!

Saudações novamente manipuladores-da-realidade-virtual. Mais uma segunda feira, mais um pouquinho de história. E desta vez vamos falar da melhor época para se jogar videogames de todos os tempo: A era da Quarta Geração. Época das saudosa "locadoras" de videogame, onde gastávamos nossa suada mesada (quando ela existia...) e passávamos horas na companhia dos amigos até mesmo chegando a "esquecer" a hora da escola (minha memória costumava falhar bastante nessa época...), época das vaquinhas para comprar revistas só pra poder saber aquele macete maroto que te permitia mudar a cor da personagem, ou pra saber como se faz aquele Fatality que só a "máquina" conseguia executar... (alguém lembra da Ação Games, Supergame ou da Game Power?). Enfim, estou falando da era Mega Drive x Super Nintendo! 


Esta Geração estará sempre conosco, em nossas mentes e corações 
(perdoem-me o trocadilho)...

Revistas Ação Games, Supergame e GamePower, sucesso entre a garotada nos anos 90

É fato que a Quarta Geração foi dominada pela SEGA e pela Nintendo, entretanto, seus consoles não foram os únicos a compor esta geração. Então antes de partir para o assunto principal, irei falar um pouco mais sobre estes outros, especificamente sobre dois.

Quarta Geração (1987 - 1995):

Começando pelo começo, temos o TurboGrafx-16, produzido pela parceria entre Hudson Soft e NEC. Este console desconhecido por nós brasileiros foi um pioneiro no mercado de games. Lançado em 1987 no Japão (89 nos EUA), foi o responsável por abrir esta geração, também conhecida por era 16 bits. Apesar de seu CPU ser de 8 bits, sua placa gráfica possuía sim 16 bits, e daí vem o nome do console. Inicialmente os jogos eram vendidos em cartões de memória, mas o TG-16 também foi o primeiro console a lançar um periférico que permitia rodar CD-Roms e o primeiro a utilizar esta mídia para o armazenamento de jogos. O periférico foi chamado de PC-Engine CD-Rom no Japão (1988) e de TurboGrafix-CD nos EUA (1990). Posteriormente, a NEC lançou uma nova versão, sendo o primeiro console a vir com drive de CD-Rom integrado o PC-Engine Duo em 1990 ou Turbo Duo em 1991 (Japão e EUA respectivamente). O TurboGrafx veio para competir contra o Master System e o NES, porém acabou entrando no mercado contra Mega drive e SNES, não conseguindo superar estes dois. Em 1994, a NEC decretou o fim da produção e manteve apenas o suporte técnicos para seus consumidores. Alguns jogos continuaram a ser lançados através de companhias independentes nos EUA e Canadá. Atualmente é possível adquirir jogos da plataforma através do Virtual Console da Nintendo.

 Os pioneiros da Quarta Geração: TurboGrafx-16 (esquerda)com sua poderosa placa gráfica de 16 bits e o Turbo-Duo (direita), com o drive de CD-ROM integrado!


Bomberman: O jogo foi produzido pela Hudson Soft (empresa parceira na produção do Turbografx), e a primeira vez que o jogo apareceu nos videogames foi em 1990 no Turbografx-16 (O jogo já existia desde 1983, porém apenas para computador).



Outro console que não posso deixar de falar, principalmente pela grande fama e qualidade de seus jogos é o Neo-Geo AES (Advanced Entertainment System). Este videogame da SNK foi lançado em 1991, e era uma versão caseira do arcade da mesma empresa, lançado em 90 - o Neo Geo MVS (Multi Video System). A SNK já era uma empresa de sucesso no ramo dos arcades e em 1990 lançou o MVS que era um arcade capaz de conter até 6 jogos na mesma máquina, bastando ao operador trocar um cartucho para trocar o jogo, o que economizava muito espaço e dinheiro. 


Neo-Geo MVS, em vário tamanhos e modelos.

Com o sucesso, a empresa lançou a versão domestica, sendo anunciada como um console de 24 bits, mas na verdade ele possuía um processador era de 16 bits e um co-processador de 8. A grande vantagem do AES era sua tecnologia, exatamente a mesma dos arcadees o que permitia rodar jogos de qualidade superior aos do Mega Drive e do SNES. Porém, essa alta qualidade tinha como propósito a exploração comercial, era feito para negócios e isso vinha a um custo altíssimo: o preço era três vezes maior que o de seus concorrentes e seus jogos custavam tanto quanto o console do Mega Drive. Devido ao seu alto valor, acabou não conseguindo vender tanto quanto seus rivais. 



Neo-Geo AES: Notem que até o controle era espelhado nos dos arcades.

Tentando corrigir o problema, a SNK lançou em 94 o Neo-Geo CD, com jogos em CD muito mais baratos. Entretanto a velocidade de leitura era de apenas 1x, por isso os loadings faziam do gameplay um exercício de paciência e o console não vingou. Apesar dos pesares o Neo-Geo deixou um legado de jogos de excelente qualidade, como Metal Slug, King of Fighters, Fatal Fury, Samurai Shodown entre outros.



Neo-Geo CD: Lançado em 1994 como uma tentativa tardia da SNK de ressuscitar o sistema, porém o 3DO já estava no mercado, e o PlayStation e o Saturno também foram lançados no mesmo ano...

Três grandes franquias da SNK: Fatal Fury, Samurai Shodown e Metal Slug



Bom, apesar destas duas presenças marcantes na Quarta Geração, os atores que realmente brilharam foram a Nintendo com o SNES e a SEGA com o Mega Drive.

Saindo na frente temos o Mega Drive, lançado em 1988 no Japão. Assim como o Master System, o console não fez muito sucesso no Japão e acabou ficando atrás do NES e do PC-Engine da NEC. Mesmo assim o console foi lançado nos EUA em 1989, e no ano seguinte, na Europa e no Brasil, além de outros países. O Sucesso americano, europeu e brasileiro foi absoluto. 



Mega Drive em sua primeira versão, com o novo controle ergonômico 
que é elogiado até hoje.

Mega Drive II, versão menor e mais barata, sem a entrada de fone de ouvidos 
e controle de volume som.

E vários fatores contribuíram para isso, um dos principais foi a maturidade de seus jogos, o que fez o console se tornar o preferido dos adolescentes. Outro fator foi a propaganda gerada pelas várias controvérsias que ocorreram devido à violência de alguns jogos como o Night Trap e o Mortal Kombat (A SEGA sofreu vários embates legais devido à estes jogos e acabou criando o Videogame Rating Council, sistema de classificação etária predecessor ao ESRB).


Mortal Kombat, um dos games mais controversos da história. O jogo era extremamente violento e sangrento, mas nas versões caseiras vinha sem o sangue habilitado. Para permitir a visualização do sangue era preciso entrar com um código: Na tela onde aparecia a frase The Word Code Has Many Different Definitions, era preciso apertar em sequência os botões A, B, A, C, A, B, B.



Outros fatores também foram responsáveis pelo sucesso do Mega. O fato dele ter sido lançado dois anos antes do SNES lhe permitiu reinar sozinho por um bom tempo e desenvolver uma grande variedade de jogos. Entre eles, o jogo que sem sombra de dúvidas, foi o maior responsável pelo sucesso do console: Sonic The Hedgehog! (Não vou falar muito sobre o jogo aqui, pois a franquia em si terá um espaço dedicado futuramente). O novo mascote veio com o intuito de derrubar seu rival, o Mario e foi desenvolvido para ser o oposto do mesmo.




Sonic, extremamente rápido, expressivo, cheio de atitude e invocado,  rapidamente  ganhou os jovens da década de 90.
Sua cor era azul para combinar com a cor do logo da SEGA.



Tela inicial do primeiro jogo da franquia, lançado em 1991.










O Console teve vários periféricos, os mais famosos são o Sega CD e o Sega 32X. 
O primeiro era um acoplamento para o Mega Drive que permitia rodar jogos em CD, e foi lançado (em 1991 no Japão e em 1993 no restante do mundo) para combater o TurboGrafix-CD. Porém, devido ao seu alto preço, e por seus jogos terem sido apenas relançamentos dos jogos já existentes em cartucho, não conseguiu fazer muito sucesso. Posteriormente, a SEGA lançou o Mega CDX, um Mega Drive que já vinha com o drive de CD acoplado, assim como fez a NEC com o Turbo-Duo.
 Primeiro e segundo modelos do Sega CD adaptados para o Mega Drive I e Mega Drive II
(esquerda e direita respectivamente),

Sega CDX dois aparelhos em um!

Outro periférico famoso, foi o Mega 32X. Um aparelho que deveria ser acoplado na entrada de cartuchos do Mega, para transformá-lo num Console de 32 bits. O aparelho recebia os cartuchos do Mega ou seus próprios, mas apenas 39 jogos foram lançados. O aparelho, apesar de inovador, foi um fracasso, pois o SEGA Saturn já estava no mercado e era mais adequado para receber as novas tecnologias e competir com os novos consoles da Sony e da Nintendo (Falarei sobre isso semana que vem). Esses fatores levaram o Mega 32X a ficar menos de um ano no mercado (novembro de 1994 a outubro de 1995).

SEGA 32X acoplda ao Mega Drive 2 e ao Sega CD. 
Os três aparelhos juntos eram conhecidos como SEGA Family!

Como nem tudo são flores, a SEGA não teve sua vida fácil por muito tempo. Em 1990 (no Japão), 91 (EUA), 92 (Europa e Austrália) e 93 (Brasil), foi lançado o SNES - Super Nintendo Entertainment System. No Japão o console era chamado de Super Famicom. A história do SNES começa com o lançamento do TurboGrafx-16. Até o momento, a empresa estava praticamente monopolizando o mercado, então com o lançamento do videogame da NEC e posteriormente com o da SEGA, a empresa começou a perder fatias significativas do mercado. Não conseguindo acompanhar seus concorrentes em tecnologia, tendo o NES apenas 8 bits, desenvolveu então uma versão melhor do mesmo. O Super NES. 

 
Versões do SNE: No topo: A americana (Mesma que chegou para nós), 
Abaixo: Esquerda: Japonesa; Direita: Européia 
(idêntica à Japonesa, com diferença apenas na logomarca)

O COnsole foi um sucesso mundial, desbancando o TurboGrafx-16, mas Criando uma briga acirrada com o Mega Drive. Apesar de Nintendo e SEGA já estarem se "estranhando" desde a geração anterior, o Master System não foi um concorrente que deu muita dor de cabeça. Já o Mega Drive fez com que as duas empresas entrassem em uma guerra tão forte que a maioria das redes de informação do mundo começou a chamar o embate de "Console Wars". 

Ótima ideia de tatoo para os veteranos da guerra desta época...

O SNES veio com capacidades gráficas e sonoras superiores aos seus concorrentes (apesar do processador do Mega ainda ser melhor, o que lhe permitia rodar jogos mais rápidos). O SNES também trouxe algumas inovações que o fez se destacar no mercado. Uma delas foi seu joystick, com seis botões incluindo dois na parte superior denominados L (Left) e R (Right). Um padrão moderno para época e com o intuito de competir com o controle ergonômico do Mega, que como foi dito, foi extremamente bem recebido pela crítica. Este padrão dos botões L e R, também chamados de "shoulder buttons" (botões de ombros) fez tanto sucesso que foi adotado por quase todos os consoles que vieram posteriormente, até os dias de hoje. Outra inovação do SNES foi o chip acelerado gráfico Super FX, desenvolvido para vir incluso em alguns jogos e permitir ao console rodar jogos em gráficos 3D. O primeiro a possuir o chip (e primeiro jogo desenvolvido em poligonos 3D na história dos consoles caseiros) foi o Star Fox. Este tipo de gráfico não era comum na época, nem mesmo nos arcades, o que resultou em um sucesso astronômico.

Versões japonesa (esquerda ) e americana (direita) do controle do SNES. 

Star Fox, o primeiro da série. Notem a propaganda do chip Super FX na caixa do cartucho: "O revolucionário microchip Super FX cria efeitos especiais como nunca houve antes!" 

A Nintendo continuou investindo em seu personagem principal, desenvolvendo jogos de peso para o mesmo como o Super Mario World (que vinha junto com o console), O Super Mario Kart (Franquia de sucesso até hoje). Também aproveitou o carisma dos personagens coadjuvantes para lançar jogos estrelados pelos mesmos como o Super Mario World 2: Yoshi's Island. Super Mario All Star, uma compilação contendo os 4 jogos principais do encanador no NES, porém com graficos melhorados e opção de salvamento também fez grande sucesso. Sonic e Mario eram inimigos mortais naquela época.



Jogos de sucesso com o encanador bigodudo e sua turma.

A Quarta Geração foi provavelmente a que esses dois mais se enfrentaram

Ao contrário de seus concorrentes, o SNES não teve um periférico para rodar CD. Haveria um, o Play Station (sim o Playstation da Sony seria inicialmente apenas um periférico para o SNES, mas isso é uma história pra semana que vem), mas o projeto foi cancelado.


A quarta geração acabou de forma bem menos abrupta que as gerações anteriores. Não houve nenhuma crise de mercado. O que ocorreu foi que outros consoles mais potentes e com tecnologias mais modernas começaram a entrar no mercado. SEGA e Nintendo também lançaram novos consoles para a quinta geração, mas não abandonaram seus filhos da quarta de imediato, o que fez o final desta geração ocorrer de forma suave.
Para muitos esta geração ainda não terminou. Tenho certeza que a maioria de vocês possuem em casa emuladores para estes consoles. Para muitos, esta é considera a "Era de Ouro" do videogames, principalmente para aqueles que vivenciaram esta época.

Semana que vem a Quinta Geração: SEGA e Nintendo continuam a guerra. Sony entra no mercado sem nenhuma humildade e respeito para com seus veteranos. Outros consoles também chegam para a batalha.

Até lá.

Um comentário:

  1. Cara, muito bom, sem duvida uma das mais marcantes gerações de consoles. #segasoberana

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